O Transtorno Depressivo Maior (TDM) é que chamamos comumente de depressão. De acordo com o DSM-5, suas características principais são o humor triste, vazio ou irritável, acompanhado de mudanças somáticas e cognitivas que afetam significativamente a capacidade da pessoa de funcionar. O termo “depressão” é bem amplo, pode ser relatado de diversas formas e variados contextos.
Segundo Stahl (1998), a depressão é uma emoção universalmente vivenciada por virtualmente todas as pessoas em algum período de suas vidas.
A época comum do aparecimento é o final da 3ª década da vida, mas pode começar em qualquer idade. Estudos mostram prevalência ao longo da vida em até 20% nas mulheres e 12% para os homens. De acordo com Ramos (1984) a depressão está sendo atualmente considerada a “doença do século” por atingir uma grande parte da população, ocorrendo com maior frequência no sexo feminino.
Até alguns anos atrás, a depressão em crianças era considerada rara. Estudos recentes, no
entanto, mostram uma realidade diferente, é uma doença frequente e seus sintomas são, às vezes, parecidos com os do adulto. A psiquiatria e a psicanálise contribuíram para as novas perspectivas de diagnóstico e tratamento da depressão infantil, pois, muitas vezes, os sintomas depressivos podiam ser confundidos com outros problemas do desenvolvimento (Chabrol, 1990; Wielenska, 1997).
Fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento da depressão:
Histórico familiar;
Transtornos psiquiátricos correlatos;
Estresse crônico;
Ansiedade crônica;
Disfunções hormonais;
Dependência de álcool e drogas ilícitas;
Traumas psicológicos;
Doenças cardiovasculares, endocrinológicas, neurológicas, neoplasias entre outras;
Conflitos conjugais;
Mudança brusca de condições financeiras e desemprego.
SINAIS E SINTOMAS
Segundo o DSM-5, para se obter o diagnóstico de TDM, o indivíduo deve possuir ao menos cinco ou mais sintomas, por no mínimo duas semanas, devendo apresentar como sintomas principais o humor deprimido ou a anedonia. Os demais sintomas são: alteração de peso/apetite, insônia/hipersonia, agitação/retardo psicomotor, fadiga/perda de energia, sentimento de inutilidade ou culpa excessiva, ideação suicida... Sintomas que causam sofrimento clinicamente significativos nas áreas importantes da vida.
Sinais e sintomas
Cansaço extremo;
Fraqueza;
Irritabilidade;
Angústia;
Ansiedade exacerbada;
Baixa autoestima;
Insônia (ou sono de má qualidade);
Falta de interesse por atividades que antes davam prazer;
Pensamentos pessimistas;
Pensamentos frequentes sobre a morte;
Comportamentos compulsivos;
Dificuldade para se concentrar;
Problemas ou disfunções sexuais;
Sensação de impotência ou incapacidade para os afazeres do dia a dia.
TRATAMENTO
O tratamento da depressão requer um diagnóstico qualificado e uma avaliação médica antes de ser iniciado, juntamente com uma aliança terapêutica sadia (Hirschfeld, Goodwin, 1992).
O tratamento antidepressivo deve ser entendido de uma forma globalizada levando em consideração o ser humano como um todo incluindo dimensões biológicas, psicológicas e sociais. Portanto, a terapia deve abranger todos esses pontos e utilizar a psicoterapia, mudanças no estilo de vida e a terapia farmacológica. Apesar de o enfoque desta revisão se concentrar na psicofarmaterapia, deve-se mencionar que não se trata "depressão" de forma abstrata mas sim pacientes deprimidos, contextualizados em seus meios sociais e culturais e compreendidos nas suas dimensões biológicas e psicológicas.
As intervenções psicoterápicas podem ser de diferentes formatos, como psicoterapia de apoio, psicodinâmica breve, terapia interpessoal, comportamental, cognitiva comportamental, de grupo, de casais e de família.
Mudanças no estilo de vida deverão ser debatidas com cada paciente, objetivando uma melhor qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
TENORIO, Goretti. Depressão: sintomas, diagnóstico, prevenção e tratamento. Veja saúde, 2017. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/depressao-sintomas-diagnostico-prevencao-e-tratamento/>. Acesso em 11 de julho de 2022.
SOUZA, Fabio. Tratamento da depressão. Scielo, 2000. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbp/a/t79BpmNTfSCMGW8KPsKwXMj/?lang=pt>. Acesso em: 11 de julho de 2022.
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